Instigando paladares com o marketing B2B

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Uma refeição levemente picante e temperada na medida certa estimula nossas papilas gustativas. Mas exagere na quantidade desses temperos e você terá o resultado oposto: um ardor excessivo, capaz de provocar lágrimas nos olhos do seu cliente – mas não por uma boa razão. Campanhas de Marketing B2B funcionam de forma similar. Requerem a combinação equilibrada de alguns ingredientes para se tornarem mais atrativas e manterem a atenção da audiência – mas é preciso cuidado para não pesar a mão e acabar afastando o público do seu restaurante.

 

Experimente mudar

Por mais que este ponto pareça bastante óbvio, pode acabar deixado de lado. Afinal, com a rotina do dia a dia, nós também nos permitimos levar por formas de trabalhar, escrever e pensar mais confortáveis e já conhecidas.

Uma mesma ideia pode ser transmitida de diferentes formas. Mas atentar para o momento e contexto do público e da mensagem é essencial para definir o teor do conteúdo e obter resultados. Crie alternativas e peça opinião a outras pessoas da equipe.

Por exemplo: em vez de criar uma chamada mais branda como “Evite estes erros no Marketing B2B”, que tal ousar um pouco e mudar as palavras? Algo como “Os 7 Pecados Capitais no Marketing B2B” pode ser uma boa opção, nesse caso. Passa a mesma mensagem de uma forma mais criativa e com maior ênfase na gravidade dessas ações. Além disso, fazer uso de analogias é um poderoso artifício de memorização, o que contribuirá para que o conteúdo seja lembrado.

Lembre-se de que a atenção é uma moeda cada vez mais cara. Chamadas mais impactantes podem ser particularmente úteis para atrair o olhar do seu público. Mas as imagens precisam ser igualmente atraentes, de forma que correspondam ao conteúdo. Afinal, o aspecto do prato afeta diretamente a nossa vontade de comer. Não é à toa que em alguns restaurantes temos refeições tão fotogênicas (alguém falou em fast-food?).

Oferecer uma ampla variedade de conteúdo também é uma boa maneira de evitar a fadiga criativa, permite executar diversos testes A/B e ainda atender às diferentes preferências de consumo de seu público.

E é claro que o seu conteúdo final precisa cumprir o que prometeu – além da ser tão bonito quanto na foto, o prato principal precisa ser tão saboroso quanto aparenta.

 

Qualidade é melhor que quantidade

Para paladares refinados, aumentar a porção não torna a refeição melhor aos olhos do cliente. Segundo pesquisas do LinkedIn, posts mais curtos, com 150 caracteres ou menos, apresentaram melhor desempenho. Dentro de um espaço tão conciso, concentre-se em como seu público-alvo se beneficiaria ao clicar naquele link que você propõe. Para isso, é sempre útil perguntar a si mesmo “eu clicaria nesse link?”. Se a resposta for não, procure apimentar o texto com uma estatística que salte aos olhos ou com um ponto de vista inesperado.

Os profissionais de marketing sabem que possuem apenas alguns segundos para atrair a atenção de seus interlocutores – no caso de um vídeo, por exemplo, você tem somente de 2 a 3 segundos para isso, o que significa incluir dicas curtas e rápidas logo na abertura. Até os emojis já vêm sendo considerados e utilizados no Marketing B2B, pois apenas uma dessas figurinhas já lhe permite transmitir uma mensagem.

 

Espalhe pitadas de conteúdo bem temperadas

Usar citações provocativas, de pessoas ou organizações reconhecidas, é uma boa forma de destacar seu conteúdo. Você não precisa se restringir a frases de pessoas famosas: já parou para pensar no que os seus especialistas têm a dizer e que seria impactante para clientes e prospects? Aproveite e transforme essas porções de conteúdo em recursos visuais atrativos.

Agora, vamos a mais um exemplo de como devemos escolher com cuidado palavras e chamadas. Na campanha abaixo, foi realizado um teste A/B para verificar qual versão de anúncio de um guia digital teria melhor desempenho.

O anúncio do lado esquerdo teve resultados melhores e mais expressivos. No call to action, os estudos indicaram que a palavra “research” (“pesquisa”) teve melhores repercussões do que o termo “e-book” (e este é mais um ponto importantíssimo a favor da realização de testes A/B). Além disso, o primeiro modelo dá ao leitor uma pitada de informação relevante, baseada em dados, e não simplesmente tenta convencê-lo sobre como é possível fazer isso.

Estes pontos também fazem sentido quando pensamos em um comportamento frequente nas mídias sociais: as pessoas têm preferência por compartilhar conteúdos que façam com que pareçam mais informadas.

 

Descasque o status quo – com jeitinho

É normal que pessoas e empresas entrem nas chamadas zonas de conforto com base em práticas existentes. “Aqui, sempre fizemos as coisas desta forma” é uma frase comum e bastante perigosa, que muitas vezes esconde hábitos corporativos questionáveis.

Porém, chamar a atenção para falhas operacionais ou questionar o que já está consolidado de uma maneira interessante e divertida, sem soar arrogante, não é tarefa fácil. Afinal, ninguém gosta de ter seus erros apontados, ainda mais de forma grosseira. Baseie-se em dados e fatos para embasar o conteúdo e chamar a atenção de seu interlocutor positivamente.

Um equívoco bastante comum sobre posts e conteúdos mais ácidos é a percepção de que eles precisam, necessariamente, carregar uma conotação negativa, mas não é bem assim. Claro que, eventualmente, você precisará contar verdades difíceis de digerir. Mais importante do que isso, entretanto, é buscar ousadia e coragem para se posicionar – especialmente se pretende atrair a atenção da liderança.

Leia também: HUMOR E VENDAS B2B COMBINAM?

 

A quantidade de tempero que você adicionará ao seu conteúdo depende de uma série de fatores. Seu segmento de atuação e o perfil da sua audiência são apenas alguns deles: há empresas e setores que têm mais flexibilidade para isso, e há culturas corporativas que exigem muito mais cuidado e atenção. Mas, assim como falamos há tempos aqui no Blog da WAAH! (e foi reiterado por esta pesquisa do LinkedIn), é possível, sim, criar todos os tipos de conteúdo a partir de uma ótica mais inovadora, interessante e inesperada. Já desmistificamos o uso das emoções, humor, emojis, Inteligência Artificial e outras tendências e mitos no Marketing B2B. O segredo é aprender a utilizar esses recursos dentro da sua realidade, na quantidade e no tempo certos para não errar o ponto da massa.

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